Por Daiane Pereira
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estima que 70 mil cães vivam nas ruas de Salvador, mas o fator intrigante é que muitos desses cãezinhos mesmo vivendo nas ruas possuem donos. Para o biólogo Carlos Santana do Centro de Controle Zoonoses (CCZ) esse ato de deixar o cão solto já faz parte da cultura de alguns moradores da capital que vem do interior e acreditam que os animais soltos sejam mais felizes.
A vida média de um cão de rua chega a ser (é) de dois a quatro anos, pois, fatores como a falta de uma alimentação regular, banho, remédios, e claro sem esquecer que esses mesmos animais são maltratados nas ruas da cidade o que faz aumentar a sua debilitação.
De acordo com a Zoonoses a mais de dois anos que eles não fazem captura e recaptura de animais, pois, Salvador ainda não possui um canil público o que dificulta (o que dificulta a ação dos agentes). E também não mantém nenhum acordo com os abrigos e ONGs que fazem um trabalho de recolhimento.
Dentre esses cães de rua alguns recebem cuidados de populares que os adotam, mas não os levam para casa, ou seja, eles passam a ser cães comunitários possuindo vários donos sem nenhuma responsabilidade sobre estes.
Na opinião da advogada Gislane Brandão que também é colaboradora da União Protetora dos Animais - Bicho Feliz, a castração pode não ser a melhor solução, pois, não obedece ao sistema biologico do animal, mas é um mal necessário para diminuir a quantidade de animas de rua. O médico veterinário Augusto Angelin da Clinica Vida Animal também acredita que a castração “é a única solução” e a mais eficiente, pois funciona como um trabalho preventivo.
Confira o vídeo em que Gislane Brandão (colaboradora da ONG Bicho Feliz)comenta os temas: Castração, responsabilidade e respeito para com o animal.
A felicidade sem pedigree
Crônica
Por Tamiza Mieko
Eu sempre gostei de animais, em especial os cachorros. Com certeza tem haver com o companheirismo, mais ainda por causa da carinha fofinha e aquele balançado de rabinho que fazem quando chegamos em casa. São muitos os motivos, poderia ficar aqui por horas enumerando as qualidades do melhor amigo do homem, no entanto me recordo de um episódio que me aconteceu, algo marcante.
Perto da minha casa tem um pet shop onde sempre fico brincando com os cãezinhos e falo para o dono que qualquer dia desses vou comprar um, é só conseguir juntar uma graninha. Os filhotes são muito caros e nunca cabe no meu orçamento, mas nada que me faça desistir de ter um daquele peludinhos.
Outro dia passei pela lojinha e ao sair uma mulher me abordou perguntando se eu não queria adotar um filhote. Fiquei muito assustado pelo jeito como ela falou, mas logo fui ouvindo o que ela falava e fui percebendo que se tratava dessas pessoas que adoram animais, mais do que eu, e que ficam procurando gente que queiram adotar animais.
De principio não gostei da idéia, pois eu sempre quis um animal com pedigree, daqueles de deixar os amigos com inveja. Então ela falava com tanto entusiasmo que decidi visitar a ONG na qual ela trabalhava. Ai me veio à surpresa, aquele preconceito que eu tinha com a famosa raça “vira-lata” acabara de sumir.
Havia muitos cachorros bonitos, cheios de alegria, que nem me recordava do Labrador que eu gostava de brincar ou então do Husky Siberiano de olhos azuis que me hipnotizava. A única coisa que me recordo é que saí daquele lugar com um grande amigo, de raça indefinida, mas que com certeza iria me amar mais ainda do que eu o amava naquele momento.
Passei a ter um amigo de graça e nem me importava que não tivesse pedigree. Já os amigos o achavam lindo e muitas vezes só prestavam atenção nas brincadeiras dele e me deixavam de lado. Foi aí que percebi que o importante não é a raça e sim o desejo verdadeiro de ter um bichinho de estimação.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
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